Para refletirmos:

" Se Deus fez as coisas para usarmos e as pessoas para amarmos, porque amamos as coisas e usamos as pessoas?"

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

POLÍCIA MILITAR: HERÓIS OU VÍTIMAS?

Falar deste assunto é bastante delicado. Sabemos que atualmente esta corporação conta com uma baixa credibilidade por parte da sociedade que, assistindo ao crescimento desenfreado da violência, ao abuso de autoridade por parte de alguns membros e a participação de outros em esquemas de corrupção, chega a indignar-se e muitos questionam: Onde estão aqueles profissionais que em sua formação juraram fidelidade à sua pátria? São muitos os julgamentos, e pouco o reconhecimento. Não devemos negar os méritos desta corporação por conta de uns ou outros. Devemos entender que ainda existem profissionais capazes de honrar suas fardas, mas que a realidade destes, é dura e cruel. Seria muito conveniente, acreditarmos que nesta corporação prevalece o termo “um por todos e todos por um”. Mas, a realidade é que hoje em dia a prática é diferente do discurso que se resume à: “ cada um por si e Deus por todos”. Estamos no mesmo barco: militares ou cidadãos. Antigamente o cidadão temia o marginal, que temia o policial. Hoje, até policiais se resguardam da marginalidade. Isto é preocupante? Claro que sim! Por um lado, as leis impõem medidas que dificultam o trabalho militar, enquanto marginais protegidos por homens com alto poder, devidamente equipados, dispostos a matar ou morrer propagam o crime visando o dinheiro para assim manterem seus desejos e ambições. Desta forma pergunto: Como cobrar de nossos policiais uma segurança eficaz, se não dispõem de meios nem mesmo para sua própria segurança? O governo não os incentiva, não os capacita, não os remunera como merecem, não investe em equipamentos que facilitem o trabalho destes profissionais. Já o tráfico, oferece tudo isto e muito mais aos seus comparsas. Qual o discernimento? Quais os valores que norteiam as ações de muitos destes profissionais que se encontram em dramáticas dificuldades? De quem é a culpa? Não podemos exigir destes militares atos de heroísmo quando os mesmos são tão vítimas quanto nós. Estes homens não são máquinas! São seres como nós que: sofrem, choram, temem, mas que precisam de um trabalho para cumprirem suas responsabilidades. São pagos para protegerem nossas famílias. E a deles, quem protegerá? Estas, são mais perseguidas que as nossas por serem alvos fáceis para marginais dispostos a se vingarem dos castigos que a justiça lhes impôs. Você já observou quantos policiais tem morrido nos últimos tempos? Por quê isto? Se nós, que tanto os julgamos fôssemos perfeitos, o crime não tomaria esta proporção. Se cada lar contasse com uma boa estrutura familiar, com orientações e práticas que cultivassem a justiça e a paz, de onde nasceriam os marginais? Muitas vezes não controlamos sequer as pessoas que moram conosco, como exigir destes profissionais o controle de toda uma massa? Não estou aqui com o único propósito de defende-los, mas, de nos conscientizarmos de que, se queremos uma reforma benéfica a nossa segurança, isto depende de todos nós: políticos, militares, e cidadãos. Não devemos apenas cantar “...dos filhos deste solo és mãe gentil. Pátria amada, Brasil...” devemos também, lutar para que esta frase torne-se realidade.

Dedico esta matéria a todos os militares que perderam sua vida no cumprimento do dever e aos que se arriscam diariamente com responsabilidade e convicção, que mesmo diante de tantas dificuldades, ainda não se corromperam por acreditarem e respeitarem os: valores e princípios que, antes de militares os fazem cidadãos.

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