Para refletirmos:

" Se Deus fez as coisas para usarmos e as pessoas para amarmos, porque amamos as coisas e usamos as pessoas?"

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: VOCÊ É CONTRA OU A FAVOR?

Não podemos afirmar que a redução da maioridade penal seja uma medida eficaz, embora saibamos que a marginalidade tem crescido assustadoramente através de nossos jovens menores de 18 anos que cometem inúmeras infrações sem quaisquer punições, confiantes na proteção do Estatuto de Defesa da Criança e do Adolescente.
Não queremos ser radicais, tão pouco omissos. Estamos aqui para uma prévia explanação que retrate os dois lados da moeda, ou seja, as causas e conseqüências provenientes desta medida.
Algumas pessoas comentam: _ Se um jovem de 16 anos é capaz de com o voto, decidir o futuro de seu país, porque seu país não é capaz de decidir o futuro deste jovem? São perguntas de difíceis respostas. É fácil apontar o erro dos filhos alheios sujeitando-os à uma condenação. Difícil é ver os nossos filhos condenados.
Infelizmente, a idéia da redução da maioridade penal conta com o apoio de grande parte da sociedade, seja por desconhecimento da lei e dos mecanismos de recuperação dos jovens infratores, seja pelo fato da mídia sempre divulgar o ato de infração e quase nunca divulgar os índices de recuperação dos adolescentes infratores submetidos às medidas sócio-educativas de meio aberto.
Devemos repensar esta medida antes de aprova-la para não sermos cúmplices do abandono e do descrédito social. Nossas cadeias já não comportam sequer os adultos, como dar conta então do aumento de prisões caso seja aprovada esta lei? Se é para construir novas selas, construam novas escolas. Se é para investir em segurança, invistam em professores...
Recentemente o Governo do Estado aprovou um projeto da Comunidade Shalom que abriga crianças e adolescentes marcados por maus tratos, abandono e outros descasos. Neste abrigo, eles contam com: formação cristã, ensino educacional, acompanhamento psicológico, lazer, carinho e tantas outras coisas que os tornam amados; recuperáveis e aptos para o regresso à sociedade.
Não devemos destruir o que ainda possuímos, e sim, construir aquilo que nos falta. Recuperar um jovem hoje, gera menos custo do que condena-lo à marginalidade.
Você já parou para refletir o que leva um jovem à delinqüência?
O meio televisivo divulga a violência tão naturalmente que as crianças à incorporam desde os desenhos animados até os games. A mídia já não investe em desenhos infantis. O que dá ibope se resume a lutas e combates. Os filmes ensinam detalhadamente táticas utilizadas por profissionais, fazendo dos principiantes marginais aplicados. Os jornais transmitem a propagação de todo este processo.
Os pais de família já não encontram tempo para orientar seus filhos. Necessitam trabalhar muito para que nada lhes falte. O tempo que sobra já não é suficiente para acompanhar o desenvolvimento dos mesmos. O estresse cotidiano toma o espaço do calor humano e os momentos em família tornam-se cada vez mais raros. Desta forma, os filhos passam a buscar na escola a educação que tanto necessitam, quando podem contar com uma. Mas, a realidade é que a formação de um jovem, por muitas vezes, conta com os duros ensinamentos impostos pela vida, e como muitos não se encontram preparados, passam a adotar um comportamento que por muitas vezes o transforma em um ser nocivo à sociedade.
Os professores entendem que a escola é para muitos, um segundo lar. Porém, o que ganham é pouco para quem abraça tamanha responsabilidade. Já não são apenas educadores, em grande parte, assumem o papel de pais substitutos.
As ruas recebem estes jovens: desamados, desacreditados, inseguros quanto ao seu futuro e quando os mesmos não encontram meios para manterem um padrão de vida que julguem decente, buscam saídas através do roubo; da prostituição; do tráfico e até mesmo de latrocínios. Passam a se ro que chamamos de “ produto do meio”.
Devemos entender que punir estes jovens é o mesmo que atestar a nossa incapacidade de recupera-los. Antigamente se dizia: “ A Juventude é a esperança viva de um país mais justo e feliz!” Sendo assim, se condenarmos esta juventude, a quem direcionaremos a nossa esperança? Às crianças? Um dia elas ficarão jovens, e aí?

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